Carnaval? Conheça todas as formas de proteção contra ISTs

Samel Saúde
7 de fevereiro de 2020

No Brasil, dizem que o ano só começa depois do carnaval. Isso porque, a festa é um marco nacional e sinônimo de muita diversão. É justamente nessa época que as pessoas costumam se empolgar nos relacionamento sem compromisso, colocando em risco a saúde ao se expor às Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). 

Pensando nisso, a Samel elaborou este artigo para esclarecer as dúvidas mais comuns sobre ISTs e, principalmente, mostrar suas formas de prevenção. Confira. 

 

O que é IST?

O Ministério da Saúde define o termo como infecções que são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. As ISTs podem ser transmitidas através do contato sexual sem o uso de camisinha, seja ela feminina ou masculina, com uma pessoa que esteja infectada. 

A transmissão também pode ocorrer de mãe para criança durante a gestação, parto ou amamentação. Embora seja raro, as ISTs ainda podem ser transmitidas por meio não sexual. Isso ocorre quando o contato de mucosas ou pele machucada com secreções corporais contaminadas. 

Dessa forma, se não tratadas adequadamente, as infecções podem evoluir para sérias complicações. Podendo levar o indivíduo à morte. 

 

Por que IST e não DST? 

Ambas as terminologias têm o intuito de representar o mesmo sentido. Entretanto, em 2016, o Ministério da Saúde passou a adotar amplamente em suas informações o termo Infecções Sexualmente Transmissíveis. Uma vez que Doenças Sexualmente Transmissíveis implica em sintomas e sinais visíveis no organismo do paciente. Enquanto, “infecções” podem ter períodos (ou se manterem) assintomáticas. 

A nomenclatura IST já era adotada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelos principais Organismos que tratam de infecções sexualmente transmissíveis ao redor do mundo. No caso do Ministério da Saúde, foi uma adequação. 

 

Quais as ISTs mais comuns?

Há diversos tipos de infecções sexualmente transmissíveis, mas as mais comuns são:

Herpes genital: causada pelo vírus do herpes simples (HSV). Provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos. Após a infecção, dificilmente o vírus é eliminado do organismo. 

HPV (Papilomavírus Humano): é transmitido por um vírus que infecta a pele ou mucosas. Os sinais aparecem em forma de verrugas anogenitais (na região genital e ânus) e câncer, dependendo do tipo de vírus. 

Gonorreia: causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, afeta os órgãos genitais, a garganta e os olhos. É possível que os indivíduos contaminados não sintam nenhum sintoma. O que pode agravar a doença e causar nas mulheres a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), infertilidade, dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos.

Sífilis: é transmitida pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar estágios diferentes, como a sífilis primária, secundária, latente (sem sintomas) e terciária. Feridas, lesões, febre, mal-estar e ínguas (caroços) na virilha são alguns dos sintomas. 

Tricomoníase: causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, encontrado com mais frequência na genitália feminina. Pode permanecer assintomática e facilitar a transmissão de outros agentes infecciosos, como gonorreia e infecção por clamídia. Quando apresenta sintomas, é na forma de dor durante relação sexual e dor ao urinar, corrimentos e mau cheiro na genitália. 

HIV: o vírus da imunodeficiência humana (HIV é a sigla em inglês) é o causador da Aids. Ele apresenta o período de incubação prolongado (antes do surgimento dos sintomas da doença), infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune. É importante lembrar que ter o HIV não significa ter aids. Há soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas ainda assim podem transmitir o vírus na relação sexual desprotegida. 

Aids: é a doença causada pelo HIV. Seus primeiros sintomas de manifestação são similares a uma gripe: febre e mal-estar. Ao longo da mutação do vírus, o sistema imunológico é enfraquecido. O que facilita o desenvolvimento de doenças, como tuberculose, pneumonia e hepatites.  Isso, claro, se a pessoa não fizer o tratamento adequado da doença. Hoje em dia, é possível conviver com a Aids e ter qualidade de vida. 

 

Como prevenir as ISTs?

A única forma de se proteger das ISTs é com o uso de camisinha masculina ou feminina. Em princípio, como a transmissão de uma IST se dá por meio do contato sexual, o preservativo se faz necessário para qualquer tipo de relação, seja ela oral, vaginal ou anal. 

Desse modo, embora a camisinha seja mais lembrada por sua eficácia na prevenção de gravidez, é importante enfatizar que ela é o único método de barreira para qualquer IST. As infecções podem ser transmitidas por qualquer pessoa infectada, independente de classe social, etnia, religião, estado civil ou gênero. 

Ademais, pessoas que parecem ser saudáveis também podem transmitir infecções. Por isso, não confie no fator “aparência” para não se prevenir. Preservativos masculinos e femininos são distribuídos gratuitamente em unidades de saúde públicas e qualquer pessoa pode ter acesso. 

 

Existe vacina para IST?

Das inúmeras infecções existentes que são sexualmente transmissíveis, apenas três vacinas existem. A primeira é a para HPV, tomada em duas doses (ou três doses, dependendo da rede de saúde) com dois a seis meses de intervalo entre cada uma. 

Outra vacina disponibilizada para prevenção de uma IST, é a da Hepatite B. Ela é disponibilizada pelo SUS para toda a população, em todas as faixas etárias. Além disso, pode ser aplicada também durante a gestação ou amamentação. 

A terceira vacina é para a prevenção de Hepatite A, de transmissão oral-fecal, mas que também não se pode descartar a  transmissão sexual. A imunização é indicada para criança de 15 meses a 5 anos. Além de pessoas de qualquer idade com hepatopatias, coagulopatias, HIV, fibrose cística, trissomias, candidatos a transplantes de órgãos (doadores ou receptores), hemoglobinopatias, doenças de depósito ou portadores de doenças imunossupressoras.

 

Leia também: 5 práticas que melhoram seu sistema imunológico e você não sabia

 

E a PEP e PreP?

Em casos como relação sexual desprotegida (não uso de preservativo ou rompimento do mesmo), violência sexual, acidente ocupacional com objetos perfurantes (como seringas e agulhas) ou contato direto com material de contágio, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a Profilaxia Pós-Exposição (PEP). 

Isto é, o uso de medicamentos antirretrovirais para pessoas que tiveram um possível contato com o HIV. Mas, para funcionar e reduzir as chances do indivíduo de ser contaminado, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas. O medicamento deve ser tomado por 28 dias contínuos. Ainda assim, é importante lembrar que ela não substitui o uso do preservativo e não deve ser utilizada em exposições sucessivas. 

Enquanto a PreP, Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, é a forma preventiva da exposição ao vírus HIV, a PEP serve como medida de emergência. Portanto, a PreP é a medida utilizada por pessoas com alto risco de adquirir HIV. Seu público prioritário são populações-chave que, de acordo com o Ministério da Saúde, são considerados homossexuais, pessoas trans, trabalhadores do sexo e parcerias sorodiferentes, quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não. 

Entretanto, a PrEP não protege contra outras infecções sexualmente transmissíveis e gravidez, e o usuário deve estar em acompanhamento médico regular.

 

Efeitos colaterais da PreP

Os efeitos colaterais da PreP são baixos. A maior parte ocorre em fase inicial, como dor de cabeça, dor de estômago, perda de apetite, náuseas, vômitos, tontura, fadiga, dor nas costas e um leve aumento de transaminases (enzimas presentes no fígado). Contudo, os sintomas tendem a desaparecer nos primeiros meses. A longo prazo, a PreP pode causar danos nos rins se o acompanhamento com o médico for ignorado. 

 

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