Síndrome de Asperger é autismo? Descubra a relação entre as duas condições

samelblog
17 de fevereiro de 2022

A síndrome de Asperger é autismo? Mesmo tendo sido retirada dos mais recentes manuais de diagnóstico de doenças, ela passou a ser considerada parte do TEA, que significa Transtorno do Espectro Autista. 

Quer saber mais sobre a diferença entre síndrome de Asperger e autismo clássico? Confira a seguir o conteúdo que a Samel preparou.

Qual a diferença entre síndrome de Asperger e autismo?

A síndrome de Asperger é uma condição dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar de apresentar sintomas mais brandos, é diferente do autismo leve clássico porque apresenta algumas peculiaridades

Tanto o autismo clássico quanto a síndrome de Asperger apresentam sintomas como dificuldade de comunicação, introspecção, apego à rotina e dificuldade motora. Contudo, na síndrome de Asperger esses sintomas são mais leves e o grau de comprometimento é menor.

Além da intensidade dos sintomas, há também outros fatores que distinguem a síndrome de Asperger do autismo clássico. Alguns dos principais traços dessa diferença são o grau de deficiência intelectual e as comorbidades associadas, explicadas mais adiante. 

Outra diferença é que o diagnóstico da criança com autismo clássico é frequentemente mais precoce que o da criança com a síndrome de Asperger, e as medidas de cuidados especiais costumam ser diferentes. 

É importante ressaltar que o diagnóstico deve ser feito por uma equipe médica qualificada.

Não existe um profissional único que é responsável por dar o diagnóstico de TEA. No geral, a investigação envolve uma equipe multidisciplinar, com psicólogos, psiquiatras, fonoaudiólogos e outros.

O autismo clássico pode ser identificado mais cedo que a síndrome de Asperger

Na maioria dos casos, o autismo clássico pode ser diagnosticado precocemente, ainda dentro dos primeiros anos de vida. Alguns sintomas podem ser percebidos ainda cedo, antes dos quatro anos de idade, tais como:

  • Falta de contato visual;
  • Falta de reciprocidade nas interações;
  • Comportamentos repetitivos;
  • E dificuldade de sociabilização.

Além desses sintomas, um outro fator que também contribui para a precocidade do diagnóstico do autismo clássico é a dificuldade da criança em acompanhar os colegas de classe durante as atividades escolares.

Nas crianças com a síndrome de Asperger, essa dificuldade costuma ser menos evidente  porque os atrasos são mais discretos. Por isso, na maioria dos casos, o diagnóstico costuma levar mais tempo, sendo mais comum entre os cinco e nove anos de idade.

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Por que a criança autista precisa de mais cuidados?

Em boa parte dos casos, o autismo clássico está associado a um comprometimento maior da sensibilidade, da comunicação e da interação social.

Além disso, a criança com autismo clássico geralmente apresenta dificuldades cognitivas mais evidentes, tais como:

  • Dificuldade de prestar atenção;
  • Impulsividade;
  • Dificuldade de memorização a curto prazo;
  • Dificuldade de organização.

Por isso, a criança com autismo clássico depende mais da mediação de terceiros e a adaptação à vida social precisa ser assistida. São necessários cuidados especiais na vida escolar, em atividades e nas tarefas diárias, além de direcionamento psicossocial e comportamental.

Diferentemente, para  a criança com a síndrome de Asperger, apesar de certa dificuldade de organização e também de coordenação motora, ainda é possível manter um convívio relativamente independente. Isso porque o grau de comprometimento da sensibilidade, da comunicação e da interação social é mais leve.

As crianças com síndrome de Asperger têm deficiência intelectual?

Nas crianças com a síndrome de Asperger, o nível intelectual é muito próximo do considerado normal, e isso é um grande indicador no diagnóstico para diferenciar o Asperger do autismo clássico.

Cerca de metade das crianças autistas têm algum grau de deficiência intelectual. De fato, as crianças com autismo clássico têm mais dificuldade em aprender a ler antes dos cinco anos de idade. 

De outra forma, as crianças com a síndrome de Asperger não demonstram dificuldade no aprendizado da leitura, em via de regra. E, apesar do autista clássico ter maior dificuldade de aprendizagem, tanto ele quanto a criança com a síndrome de Asperger, costumam apresentar problemas de caligrafia.

Assim como as demais crianças com TEA,  as crianças com síndrome de Asperger têm muita dificuldade em perceber intencionalidade social e em entender metáforas e piadas, frequentemente entendo as frases no sentido literal.

Em vista dessas condições, as crianças com TEA precisam de educação especial, adaptação institucional e adaptações curriculares. Como não há um tratamento padrão para as crianças com TEA, o tipo de apoio necessário é determinado a partir da condição individual de cada criança.

Há comorbidades associadas à síndrome de Asperger?

Normalmente, a presença de comorbidades é mais frequente em crianças com autismo clássico do que em crianças com a síndrome de Asperger

Contudo, as comorbidades mais comuns associadas a cada condição são diferentes.

O autismo clássico é bastante comum em pessoas com síndrome de Down, síndrome de Turner e de Klinefelter, mas também ocorre independentemente de síndrome genéticas.

Já no caso das pessoas com a síndrome de Asperger, a maior presença de comorbidades está nos casos psiquiátricos, como depressão e ansiedade.

A importância do diagnóstico

Como dito anteriormente, o diagnóstico deve ser feito por uma equipe médica multidisciplinar. É fundamental que os pais tenham, o quanto antes, instrução profissional para que a criança receba as melhores medidas de cuidados especiais.

Quanto mais cedo a condição da criança com TEA for identificada, melhor será para o seu desenvolvimento em todas as áreas, em especial na sua vida escolar e social.

Além de conhecer a diferença entre as duas condições, o mais importante é entender a situação em que a criança se encontra e qual tipo de direcionamento ela precisa. 

Agora que você já sabe que a síndrome de Asperger é autismo, mas em grau mais leve, não deixe de conferir também nossos outros artigos. Leia também: Transtorno do Espectro Autista (TEA): O que é e como identificar? 

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