Depressão: como ajudar um filho vítima desse mal?

Os sintomas da depressão, muitas vezes, podem passar despercebidos, ou mesmo confundidos com outros fatores. Na maioria dos casos, quando eles passam a ser intensos, a família pode sofrer junto com a pessoa portadora. Muitas vezes, a patologia pode ser traiçoeira e até fatal. Por isso, é importante saber o que fazer nos momentos de crise e entender como lidar com os sintomas de filhos com depressão.

O primeiro passo é reconhecer tais sintomas e buscar um diagnóstico. Conheça neste artigo algum deles e como aprender a lidar com um filho depressivo:

O que é a depressão?

Classificada como um transtorno de humor crônico, a depressão é uma tristeza de modo grave e/ou persistente, que altera o comportamento e diminui o prazer e interesse desde as atividades mais simples, até as mais complexas. 

Esse é um fato abordado pelo DSM 5 (manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – 5ª edição), que também afirma que o transtorno está ligado a fatores genéticos e psicossociais. Esse tipo de transtorno pode se desenvolver durante a adolescência ou no jovem adulto, afetando suas relações no dia a dia.

Dependendo do nível, muitas vezes a depressão pode abalar laços familiares, fraternais, interpessoais, entre amigos, etc. Além disso, também o desempenho da pessoa no ambiente de trabalho, escolar ou universitário. 

Sinais da depressão

Alguns sinais podem estar presentes no dia a dia e significam que algo pode estar errado. São sintomas tanto físicos quanto psicológicos, presentes no cotidiano, mas que fazem toda a diferença para quem está adoecido com essa patologia. Confira:

• Perda de interesse em atividades do dia a dia (incluindo as que mais gosta de fazer normalmente);
• Fadiga (a famosa “preguiça”);
• Angústia e tristeza;
• Dificuldade de se concentrar;
• Diminuição ou perda da libido;
• Insônia ou hipersonia;
• Ganho ou perda de peso;
• Dificuldade de aprendizagem;
• Isolamento social;
• Falta ou excesso no apetite;
• Pensamentos suicidas;
• Sentimento de inutilidade e incapacidade;
• Culpa exagerada;
• Medo além do normal (pânico);
• Diminuição da autoestima;
• Alterações constantes de humor;
• Uso de drogas ou aumento do uso (lícitas ou ilícitas).

Como ajudar um filho com depressão

Ter um filho depressivo é uma situação que preocupa muitos pais e pode deixá-los sem saber o que fazer. Existem formas de ajudar de maneira efetiva, com o amor e cuidado que essas pessoas merecem receber. Leia com atenção:

Leia mais sobre como ajudar aqui.

Busque ajuda especializada

O primeiro passo do tratamento é a busca de ajuda especializada como um psicólogo. Este profissional fará uma avaliação e encaminhará o paciente para um psiquiatra se necessário. O psiquiatra também avaliará os sintomas e irá orientar a pessoa para o melhor tipo de tratamento, com as medicações correspondentes aos seus sinais descritos. 

Para isso, a comunicação clara e transparente com os profissionais envolvidos é crucial e necessária para um diagnóstico mais preciso. Outro ponto importante é os familiares acompanharem o tratamento de forma que ajudem o paciente em crises, recaídas e ataques de pânico, se for o caso.

Ajude na autoestima

Um dos picos mais baixos de uma pessoa depressiva é a parte da autoestima, que pode afetar em diversas áreas da vida: nas relações de amizade, amorosas, ambiente de trabalho e até mesmo na alimentação. Em alguns casos, a pessoa se sente tão inútil que não sente mais sentido em continuar sua vida.

Por essas razões é importante trabalhar a autoestima, promovendo ações que levantem o paciente e ressaltem suas qualidades. É necessário fazer com que a pessoa entenda seu valor e que há solução para esse vazio que o preenche, que é merecedora de amor e de uma vida digna.

Dê apoio e tenha empatia

Estar presente e prestar apoio ao seu filho é de extrema importância, levando em conta que parte dessa depressão pode ser também por questões familiares. Ouça o que o psicólogo tem a dizer, pois as alterações de humor podem fazer com que situações mínimas se tornem gigantes. 

Procure incentivar as etapas do tratamento e ajude no que for possível, respeitando o espaço, mas sem deixar seu filho sozinho. Ele ou ela precisa saber que você está ali para apoiá-lo.

Incentive atividades físicas

Muitas vezes, a depressão faz com que os filhos fiquem sem vontade de sair e passem muito tempo na cama. Isso é visto geralmente como “preguiça”, além de “desleixo” na parte do quarto bagunçado. Quando a pessoa tem depressão, a tristeza a sucumbe e suas vontades ficam reprimidas.

Por essa razão, ao longo do tratamento, quando as vontades surgirem de forma mais clara, a atividade física é um ótimo remédio. Por liberar serotonina, esportes são grandes responsáveis por momentos de felicidade.

Tenha empatia

Comentários que envolvem repressão de sentimentos, que façam o paciente se sentir culpado, por exemplo, são dispensáveis. “Saia da cama”, “faça alguma coisa”, “engole o choro”, “esse quarto está uma bagunça”, são algumas expressões comuns do dia a dia entre pais e filhos que podem ser violentas para filhos depressivos.

Esses tipos de comentários aumentam o sentimento de culpa do filho, fazendo-o reprimir seus sentimentos e negar o fato de que pode estar passando por algo mais sério. Às vezes nem mesmo perguntar se está tudo bem é necessário, mas ações simples podem fazer a diferença: assistir um filme de comédia, fazer sua comida favorita, proferir elogios, etc.

Identificou algum sintoma no seu filho?

Calma! Primeiramente, siga nosso passo a passo para buscar um tipo de tratamento especializado. É importante conversar primeiro com seu filho para buscar a melhor solução. A depressão pode vir de um acontecimento ou não, além do fator genético. Nem sempre tem um motivo concreto.

Busque ajuda com um psiquiatra ou psicólogo e leia atentamente as dicas que damos neste artigo. Depressão não é brincadeira e deve ser levada a sério. Filhos com depressão devem ser ouvidos. Leia mais artigos como esse em nosso blog.